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O Cineclube do Porto faz parte da memória da cidade. Foi uma casa de encontro de cineastas, de gente da arte e da cultura, mas também de resistência e combate ao regime salazarista. Foi neste cineclube que tiveram lugar grandes acontecimentos culturais, como a Semana do Novo Cinema Português e as primeiras Conversações Cinematográficas Luso-espanholas. Não se cingindo às sessões regulares, o Cineclube do Porto alargou-se aos domínios da música e do cinema experimental e documental, de que o Auto de Floripes, é o melhor exemplo. Chegou a ser, nas décadas de 60-70, o maior Cineclube da Península Ibérica, com milhares de associados. O seu prestígio além-fronteiras era tal que foi aceite como representante dos cineclubes portugueses no acto da fundação da Federação Internacional de Cineclubes, que teve lugar no primeiro Festival de Cannes do pós-guerra - isto contra a vontade do Secretariado Nacional da Informação do Regime que pretendia, abusivamente, representá-los.
Neste contexto, um grupo de cidadãos portuenses, com o maior apreço pelo Cineclube do Porto e pelo importantíssimo papel que este desempenhou durante décadas, está preocupado com a situação actual. Várias vicissitudes fizeram com que esta instituição fosse definhando, pondo em risco o seu valiosíssimo acervo documental, bibliográfico (incluindo revistas especializadas, nacionais e estrangeiras) e filmográfico. Uma pequena parte deste espólio esteve já em exposição no Arquivo Histórico Municipal do Porto, situado na Casa do Infante, a propósito do Centenário de Manoel de Oliveira, entre Dezembro de 2008 e Fevereiro deste ano. Mas neste momento, as suas instalações degradam-se e a sede já foi objecto de uma acção de despejo e actos de vandalismo. A actividade cineclubista é também praticamente nula, sem exibições regulares ou qualquer abertura ao público. Inscrever-se como sócio é impossível, contactar com a Direcção também, conforme constatamos nas últimas semanas.
Face a esta situação, formou-se um Movimento, aberto e heterogéneo, de antigos dirigentes e sócios, membros de cineclubes universitários e outros apaixonados pelo Cinema. Pretendemos contribuir para renovar e dinamizar o Cineclube do Porto, restaurar o seu prestígio e importância histórica na cidade, que reclama há muito uma alternativa de Cinema.
Todos os antigos cineclubistas, e todos aqueles que gostem de Cinema, serão bem-vindos a esta causa. Para assinar este manifesto e acompanhar a acção do movimento consulte http://movimentocineclubedoporto.blogspot.com/, ou escreva-nos para http://www.blogger.com/movimento.cineclubedoporto@gmail.com.
O Cineclube do Porto faz parte da memória da cidade. Foi uma casa de encontro de cineastas, de gente da arte e da cultura, mas também de resistência e combate ao regime salazarista. Foi neste cineclube que tiveram lugar grandes acontecimentos culturais, como a Semana do Novo Cinema Português e as primeiras Conversações Cinematográficas Luso-espanholas. Não se cingindo às sessões regulares, o Cineclube do Porto alargou-se aos domínios da música e do cinema experimental e documental, de que o Auto de Floripes, é o melhor exemplo. Chegou a ser, nas décadas de 60-70, o maior Cineclube da Península Ibérica, com milhares de associados. O seu prestígio além-fronteiras era tal que foi aceite como representante dos cineclubes portugueses no acto da fundação da Federação Internacional de Cineclubes, que teve lugar no primeiro Festival de Cannes do pós-guerra - isto contra a vontade do Secretariado Nacional da Informação do Regime que pretendia, abusivamente, representá-los.
Neste contexto, um grupo de cidadãos portuenses, com o maior apreço pelo Cineclube do Porto e pelo importantíssimo papel que este desempenhou durante décadas, está preocupado com a situação actual. Várias vicissitudes fizeram com que esta instituição fosse definhando, pondo em risco o seu valiosíssimo acervo documental, bibliográfico (incluindo revistas especializadas, nacionais e estrangeiras) e filmográfico. Uma pequena parte deste espólio esteve já em exposição no Arquivo Histórico Municipal do Porto, situado na Casa do Infante, a propósito do Centenário de Manoel de Oliveira, entre Dezembro de 2008 e Fevereiro deste ano. Mas neste momento, as suas instalações degradam-se e a sede já foi objecto de uma acção de despejo e actos de vandalismo. A actividade cineclubista é também praticamente nula, sem exibições regulares ou qualquer abertura ao público. Inscrever-se como sócio é impossível, contactar com a Direcção também, conforme constatamos nas últimas semanas.
Face a esta situação, formou-se um Movimento, aberto e heterogéneo, de antigos dirigentes e sócios, membros de cineclubes universitários e outros apaixonados pelo Cinema. Pretendemos contribuir para renovar e dinamizar o Cineclube do Porto, restaurar o seu prestígio e importância histórica na cidade, que reclama há muito uma alternativa de Cinema.
Todos os antigos cineclubistas, e todos aqueles que gostem de Cinema, serão bem-vindos a esta causa. Para assinar este manifesto e acompanhar a acção do movimento consulte http://movimentocineclubedoporto.blogspot.com/, ou escreva-nos para http://www.blogger.com/movimento.cineclubedoporto@gmail.com.
Os signatários,
Manuel Joaquim Poças Pintão
André de Oliveira e Sousa
Manuel Vitorino
Sérgio Paulo Almeida
Maria João Cocco da Fonseca
Pedro Leitão
André Santos
ASSINE O MANIFESTO
Não consegui encontrar o acesso para assinar o MANIFESTO.
ResponderEliminarE onde é que se assassina?
ResponderEliminarUm abraço,
M.
Agora sim, já está - é em "Assine o Manifesto".
ResponderEliminarObrigada :)
Tomei conhecimento deste movimento, já assinei a petição e permitam-me que deixe aqui um comentário.
ResponderEliminarEu sou um amante da 7ªarte, adoro cinema. Mas compreendo as dificuldades que existem quando falamos de cineclubes ou de outras formas de associativismo. Eu ando com um sonho de organizar um festival de cinema "alternativo" no porto, onde todas as formas de arte possam coincidir. Estamos a falar de cinema LGBT, indie, comercial, tudo misturado numa oferta tão multidisciplinar que possa ser apelativo a vários tipos de publíco, mas para isso é necessário um conjunto de factores que sejam propícios à organização desse utópico festival e o que é certo é que de momento não me parece existir condições para a organização desse festival, mesmo que a minha paixão seja 1000 vezes bem intencionada.
Penso que o problema do Cine-Clube passa um pouco por aqui, Existe paixão pelo cinema mas não existem condições, nem pensamento estratégico. Senão vejamos:
A programação: Será elitista? Apelativa?
A localização? Será próxima do coração da cidade? ou estará distânciada ou isolada? Se virmos bem o maior fluxo na cidade tem-se transferido para a zona dos leões/cordoaria e de certa forma nos aliados. A zona do cineclube é um pouco periférica a essa zona, de maneira que poderá ser um factor de afastamento de publico.
Condições? Será que o espaço em si reflecte um espaço acolhedor e propício a que haja um retorno do publíco para uma segunda ou terceira visita? O que me lembro de ver era uma sala fria e desconfortável que não reunía os minimos para uma experiencia agradável.
E por ultimo. Em termos de comunicação só agora é que consegui encontrar um link para este blog e eu andei muito tempo à vossa procura. Andei anos e anos a fio à procura de divulgação dos vossos programas e nada... Penso que é necessário trabalhar esse ponto, focalizar a estratégia... é aquela velha máxima de que se o publico nao vai ao cinema, o cinema vai até ao publico.
Outra coisa é necessário fazer com os sócios do cineclube sintam que ganham alguma coisa em ser sócios desta associação. Se o investimento traduz-se em 0% de retorno qual a motivação em ser associado?
Espero que não levem a mal, apenas é uma crítica construtiva de alguém como vocês que ama o cinema. E eu prefiro criticar e ser sincero do que apoiar e depois ser hipócrita.
Se precisarem de alguma ajuda ou colaboração contem comigo.
Cumprimentos!
Caro Pedro,
ResponderEliminarantes de mais obrigado pelo seu comentário.
O seu projecto parece muito interessante, talvez futuramente possamos discutir a sua concretização com a colaboração do Cineclube.
Antes demais, um esclarecimento. O grupo de pessoas que constitui a organização do MCCP nada tem a ver com a actividade e gestão do Cineclube nestes últimos anos. Contamos com o apoio de muitos antigos sócios e dirigentes da instituição mas também de interessados pela sua reactivação, como o Pedro certamente.
Por diversas vezes e por diversos meios tentamos estabelecer o diálogo com a actual Direcção do Cineclube mas tal foi-nos constantemente impedido. É também como resposta a essa posição de enclausuramento e contra o estado de abandono do Cineclube que surge o nosso Manifesto. Concordamos, por isso, totalmente com a sua crítica à estratégia de comunicação da actual Direcção.
Muito em breve iremos marcar uma reunião aberta a todos os interessado com o objecto de expor concretamente a nossa proposta dar uma nova dinâmica ao Cineclube.
Por favor esteja atento.
Cumprimentos
Claro que estarei. Curiosamente pensava que não me tinham respondido e até vos enviei um e-mail. Como disse no e-mail esta vossa iniciativa é encorajante e merece ser apadrinhada por todos os portuenses que amam o cinema.
ResponderEliminarCumprimentos